segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Bom dia

Era dia de germinar uma semente qualquer
Mas o Sol levantou sem saber se era Confúcio ou Clarice
E muito cedo os cães já latiam feito covardes
Varrendo poeira e assustando as aves que mal haviam despertado
Logo o tempo nublou e os gatos tinham preguiça até para vadiar
O sino da Igreja ficou calado
A beata dormiu na porta do bar com o marido embriagado
A virgem da cidade queimou o último vestido branco
Era inverno e vinha tempestade
Fosse verão, a varanda amanheceria com geada
Ainda que o temporal viesse sem vento,
Ainda que todo o pó fosse molhado,
Todos agiam como se nada tivesse se passado
O amor fez sua farra, foi embora, deixou suas marcas
E ninguém havia notado que ali, a felicidade não fazia mais sua morada

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