quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O beberrão

De boca seca, peito vacilante e um falso olhar reticente
buscou o que beber.
Cerveja hoje não. Cerveja é só farra, só sorriso. Caso contrário, o porre chato no colo da boemia.
Pediu whisky. Dessa vez não era puro, veio com gelo. Pouco, mas ainda assim, gelo.
Desatou o nó na garganta.
Suavizou o impacto do gosto seco que a vida deixa na boca.
De não saber o que é sentimento e o que é sensação. O que é bom e o que é mau presságio. O malte reforça o que dói, mas esclarece o que é dúvida.
Não era dia de beber cerveja, não era pra refrescar.
Bebeu um whisky pra conversar consigo. Brindar consigo. E nada mais.

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