quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Infância

E daí o vento de tarde de verão me fez cochilar. O mesmo ar em movimento que chacoalhou coisas que eu sequer lembrava que estavam guardadas. O cheiro de terra que ficava em minhas roupas (ainda infantis) quando era recebida no quintal por um animal que tinha quase o mesmo tamanho que eu. Comer caju em cima da máquina de lavar roupa. Conversar com o gato e imaginar o que ele iria responder. Jogar bola com o primo, montar lego com o amigo. O cunhado irmão. Medo do verde, de lagartas. Ouvir o barulho do portão bater forte. Ajudar o pai. Ignorar o irmão quebrando a casa. Medo do que via e ouvia. É, começou bem, mas acho que não senti saudade.

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