segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Sem título

Amanheci sem olhar a previsão do tempo lá fora. Comprei pães, esqueci de comer. Perguntei as horas na rua e não prestei atenção na resposta. Me atrasei. Perdi o ônibus e peguei outro errado. O caminho diferente me pareceu melhor do que o meu. Bati ponto (disseram que eu trabalhei). Não gosto de sombras. Lembrei de um sorriso ao lado do meu na hora de acordar. Sorri. Encontrei um amigo antigo e tive preguiça de lhe perguntar sobre seu passado/presente/futuro. Descobri que não gosto de falar sobre a minha vida. Prefiro tomar suco de laranja e observar as pessoas mexendo suas bocas. Raramente presto atenção no que dizem. Acho desnecessário saber o que acontece na vida alheia. Olhei minhas redes sociais com o mesmo ânimo de alguém que tira o dia para ver o sinal de trânsito abrir e fechar. Vi um cachorro brincando na rua e lembrei de uma coleira na minha gaveta. Lembrei da quantidade de vidas que guardo na gaveta. Separei as amarelas das vivas. Tenho variado pouco os tipos de comida. Parei de emagrecer. A quantidade de vezes em que meu pai tem aparecido nos meus pensamentos chama-se preocupação. Sinto muita coisa ao mesmo tempo. Misturei tempos verbais na mistura de divagações. Escrevi sem pensar, sem me inspirar. Pelo menos não me engasguei.

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