sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O amor do bobo pelo lobo

Ninguém pode ser mais carinhoso
Nem mais forte, nem mais doce, nem mais vil
Ninguém pode ser mais profano
Do que o lobo esguio que ama pela pele, pelos poros
Ninguém pode ser mais vulgar
Do que os que enfeitam o amor com mel e laços
Com palavras tão belas quanto ocas, quanto falsas
Que se vestem tão bem em sonoros disfarces
Que sede é essa que sente quem engana?
Que só bebe o que chora o bobo da corte
Quanto vício em decepções
Ninguém pode ser mais triste e nem mais insano
Do que o bobo que deu o pescoço como prêmio
A quem só ama com coração de pano

Um comentário:

Erika Araujo disse...

Como seria então amar com coração de ferro? Dureza. Literalmente!