quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Segundo todo clínico geral, o que a gente tem é virose

Quando a planta murcha e a gente continua comendo na mesa em que jaz o arranjo
Quando tudo que bate na gente é qualquer coisa, menos o coração
Quando a alma se sacode toda enquanto dorme o corpo
Quando o peito parece doer ao mero pressentimento de partida, mas não importa
Quando há que se buscar um remédio pra sei lá o que
Quando só o que agrada os ouvidos é aquela voz de dor de estômago e rouca
Quando a poesia de quem veste jeans barrento e não penteia cabelo é bonita
Quando a voz que dá bom dia está no pensamento e não ao lado
Quando o fim de tarde se veste para finados
Quando as cordas de violão estouram em lua cheia
Quando não há como terminar um poema mal começado
Vai passar, é virose

3 comentários:

fernando disse...

Ah, se tudo na vida fosse como virose.

Letícia disse...

hahahhah.
Adorei!
Muito bom!
Uma boa verdade.

Erika Araujo disse...

aaahh, a poesia que veio da lele! ehuioeheihei ficou tão boa, pifizinha!